quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Devolvendo um coice

Ontem, quando a manhã já estava mais para lá do que para cá, senti uma quentura desagradável na minha orelha esquerda, que se fez acompanhar por um rubor irritante e persistente. Só mais tarde, ao vir ao Café, percebi a origem do incómodo, mas não percebi o que percebi. Tinham tentado assestar-me uma aguilhada de cernelha, foi o que foi. Confesso que aquilo me deixou apoquentado, aborrecido e, talvez mesmo, um tudo-nada melancólico. Para desassombrar, fui caminhar por aí, pensativo e cabisbaixo. Dei comigo na veiga de Creixomil, junto a um acampamento de zíngaros e, ao ver o que vi, pensei cá para mim: ora aí está quem deve ser capaz de me explicar onde o Pedro queria chegar. Cheguei-me a ele e declamei, de um fôlego e de cor, a inopinada posta bacorina. A resposta que deu às perguntas do de Leitões foi sonora, porém enigmática, mas assertiva e, sobretudo, muito convincente. Foi assim:


3 comentários:

  1. O indivíduo na foto parece acometido de "ronha cavalar"(*).

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  2. caro Aldo,
    que bem escreves...
    fico todo húmido ao ler-te...
    e agora que sei que até com bichos falas (ainda que o cavalo do zingaro Monteiro não prime pela inteligência)mais deslumbrado fico. És um mundo, Nim.

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  3. Qual é a novidade, essa de eu falar com bichos? E tu, não falas? Então, para quem estiveste tu a falar durante toda a tarde?

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