sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

A Vida Não Está Fácil...

Estamos no Natal e, por isso, quase no fim de mais uma ano... 2007 foi perfeitamente idêntico a 2006 e, quer-me parecer, não será muito diferente de 2008... uma valente merda...
Permanecemos o país adiado de sempre, se convergimos é porque os outros crescem menos, se progredimos é porque os demais estão parados. Ninguém tem dinheiro e, apesar disso, gasta-se em média cerca de 1000€ por segundo nos últimos dias, segundo estatísticas televisionadas... Claro que se vão pagar, sabe-se lá a que custo, mais tarde...
É pena porque eu até nem desgosto de ser português. Às vezes tenho é a sensação, muito nítida, que, algures na distribuição das coisas, fui enganado.
Seguimos assim: patetas alegres que vivem o presente e nunca pensam no que há-de vir. Novos ricos, parolos, armados ao cagalhão.
Um país, cada vez mais de doutores que não sabem de nada. As novas oportunidades são uma fraude, o ensino é uma burla e qualificada. Contam os números e não os conteúdos. A ministra é uma saloia mal educada, no fundo, um representante típico do resto. Um país mal educado e mal criado!
Um poço de oportunidades perdidas, de estupidez, de reformas adiadas ou de fachada. Em que os fins justificam os meios, a cheirar a arranjinhos e incompetência e diplomas de treta. Um país que premeia a mediocridade e valoriza a esperteza e não a inteligência.
Caminhamos a passos largos para um abismo, temo, e, pior, vamos a cantar e rir, inconscientes.
Apesar de tudo, tenham um Feliz Natal... o pior são os outros 364 dias...

7 comentários:

  1. Com 2008 bissexto, a coisa ainda será pior. Os outros serão 365. Bem pior!

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  2. Estará o MdS a queixar-se de si próprio? Ou terá o espelho partido?

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  3. Caro anónimo, parece-me que nunca tive responsabilidades em nada disto, a não ser, eventualmente, a responsabilidade de nunca ter querido ter essa responsabilidade... desse ponto de vista, eventualmente, sou capaz de estar a falar, também, de mim próprio.
    Quanto ao mais, não fique magoado... isso de ser socialista e ter fraco poder de encaixe, às vezes, com um bocado de sorte, passa... Sabe, a culpa também não é só do seu partido, este país é assim, salvo pequeníssimas e raras excepções, há, pelo menos, uns 500 anos...

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  4. É uma arte já um bocado gasta responder sem dar quaisquer respostas, e habilidoso, mas ineficaz e mentira, rotular alguém de militante partidário.Eu não o sou.
    A sua visão histórica é tão ligeira e redonda que até dá vontade de chorar. Que país o nosso!
    Já agora, se me permite, quais são as "pequeníssimas e raras excepções"?

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  5. Caro anónimo,

    a) Não me arreganhe os dentes, que eu não lhe quero mal;

    b) Gasta e habilidosa, se me permite, é a mania (tenho muita dificuldade em chamar-lhe arte) de fazer insinuações vagas. Certamente por defeito meu, não vislumbro que outra resposta lhe poderia dar, uma vez que nunca tive responsabilidades governativas;

    c) Não é preciso ser-se militante, para se ser de um partido, ele há por aí muito independente mais papista que o papa e muito militante que não liga nada a política. Se o ofendi ao chamar-lhe socialista, peço sincera desculpa;

    d) Dois exemplos de boa governação, no que diz respeito ao investimento na industrialização, comunicações e transportes e na educação: o António Maria e o Sebastião José, há mais, certamente, constam dos livros de história, mas são muito maiores os períodos de apatia, despesismo e outros disparates em geral. Se falo de há 500 anos é por considerar que foi aí, sobretudo, que começamos a perder irremediavelmente o comboio da industrialização e da criação de riqueza e nunca mais o apanhámos, embora demos um ar da nossa graça, aqui e ali.
    A verdade é que, desde que existe comunicação social forte, neste país, governa-se para os números e para a publicidade, à boa maneira dos regimes autoritários e ditatoriais. A minha preocupação com o rumo das coisas na educação é por isso mesmo, porque se governa para os números de aprovações e as festinhas escolares e não há preocupação com os conteúdos, com a tal formação de que tanto se fala? Há muito que a escola está podre, meu caro e cada vez fica pior, acredite... qualquer dia, as leis vêm redigidas em linguagem sms... é para aí que caminhamos e, a mim, não sei que lhe faça, entristece-me e preocupa-me muito. Esta senhora não acerta uma e é mal educada, déspota e presunçosa. Agora, às tantas, seria uma criança com dificuldade de concentração, no meu tempo, era burra. É que não somos todos iguais e nivelar por baixo é coisa que me aborrece...

    Claro que esta é a minha opinião e tudo isto um desabafo meu, o meu Caro, é perfeitamente livre de achar o contrário.

    Tenha umas boas entradas e vamos lá a ver se 2008 sempre corre melhor um bocadinho (hoje estou mais animado).

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  6. a) Tenho dentadura postiça;

    b) Gato escondido com rabo de fora. Na sua singela conclusão só a governança é responsável. Os cidadãos não existem ou então são burros e masoquistas;

    c)Irrelevante. Não sei qual é opior: se o papa se o papista. E se não for nem um coisa nem outro?;

    d) Ai que pena não ter vivido há 500 anos. Tería sido tão feliz, por que tão ignorante. Abaixo a comunicação social. O autoritarismo e a ditadura são, na sua análise, como que um produto da comunicação social. Perspicaz análise sociológica.`´O tempo volta para trás. Que confusão!
    Pelo que depreendi, e desculpe se me enganei, o cavalheiro deve ser docente. Já agora, como funcionava a escola e o sitema educacional, nos tempos áureos de há 500 anos? O analfabetismo estaria erradicado. Éramos um povo com direito a cidadania? Desculpe as minhas dúvidas. Considere-me seu aluno e esclaceça-me, stôr.
    Já agora, nãp misture tudo e tente, sei que consegue, ser mais claro e consiastente, na tentativa de expor as suas ideias.
    Cada macaco no seu galho. A História não é redonda nem redutora e não pode ser parcelar e pessoalizada.

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  7. Peço desculpa, pela ausência de resposta, mas não me é possível passar cá todos os dias e, acredite, só agora me apercebi.
    Não, não sou docente, nem nunca fui, mas conheço muitos e costumo estar atento. Mas, além de docentes, conheço discentes e o panorama é francamente assustador...
    Quanto aos cidadãos, infelizmente, andam a dormir boa parte do tempo e, curiosamente, só acordam, colectivamente, via jornalismo e esse é, em Portugal, mesmo muito pouco ou nada independente. Serve os interesses de quem lhe paga.

    A utilização dos media como máquinas acéfalas de propaganda é apanágio dos maiores regimes ditatoriais do séc. XX, se não estou enganado. Nãos os criam, porventura, mas perpetuam-nos. Sócrates, esse pequeno espertalhaço (tão ao gosto português de se fazer tratar por títulos que não tem e de subir na vida à custa de truquezinhos, expedientes e cunhinhas e amiguinhos e arranjinhos), com tiques fascizóides, é um expert na arte de controlar notícias. Boa parte do que faz o seu governo é apenas isso: difundir propaganda e minimizar estragos, quando escapa alguma notícia que não agrade ao pequeno ditadorzeco.

    Claro que a história não é redonda, mas também não conheço nenhum historiador completamente objectivo, livre de paixões e preconceitos. Isto não é matemática. Aquela coisa dos 500 anos, é apenas porque, é minha convicção (e tenho todo o direito de a ter e v.a ex.a de a ter contrária ou diferente) que, se ao invés de exportarmos ao preço da banana as matérias primas que abundavam nos nossos portos, para, depois, esbanjar o ouro que também abundava, a comprar os produtos manufacturados aos ingleses e, até, posteriormente, lhes entregarmos a gestão da coisa toda, às tantas, podíamos ter investido na nossa industrialização e modernização. Quem sabe se a revolução industrial não teria passado por cá, antes de seguir para norte... mas, repito, esta é só a minha opinião, erros houve-os em quantidade assinalável através de toda a nossa história, mas - digo eu - aí, às tantas, perdemos a melhor oportunidade e, definitivamente, o comboio.

    A questão é que, se nesse momento se tivesse investido em criação de riqueza, criava-se a tal massa crítica, de carácter eminentemente urbano, que surgiu noutros lados. Assim, permanecemos uns rústicos feudais por mais 200 ou 300 anos e, dessa forma, não há educação que resista.

    Neste meio não há como nos alongarmos muito, nem como se dizer tudo o que se pensa. São ideias que aqui deixo com algum grau de generalismo, como as suas, por força do tempo e do espaço destes comentários. Não pretendo educar nem catequizar ninguém. Não tenho saudade coisa nenhuma a não ser do futuro. Vejo-o negro. Mas isso sou eu.
    Não se aborreça, às vezes, acho que merecíamos mais e melhor e fico amargo. Outras ocasiões, vou na maré por algum tempo. Isto de pensar demasiado na porcaria que por aí anda, cansa muito, às vezes dói.

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