quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Pedagogia no Ensino Secundário: Novos Horizontes

Só ontem me chegam ecos de uma participada conferência sobre o Toural na "futura presente está quase lá fundação" Martins Sarmento. Ecos esses informam-me que da janela deste café será visível um tunelinho, mínimo e provinciano, antónimo de uma certa ideia de grandeza que, como se sabe, apenas existiu em Guimarães há mil anos atrás. Pelos vistos, o dito tunelinho começa já dentro do Toural e acaba duzentos metros à frente. Três perguntas brutalmente lógicas impõem-se: a primeira é "se é desse tamanhinho, para que raio é que o vão fazer?; a segunda, variante da primeira, é assim: "dito de outro modo, porque ides vós estoirar balúrdios para algo tão micro?" A terceira, mais realpolitik é "porque não rebentais orçamentos e fazeis algo grandioso entre a Conde Margaride e Covas, ganhando facilmente as próximas eleições?". Porém, e antevendo o sepulcral silêncio a estas respostas, outras questões, mais gerais e pensativas, se levantam: haverá alguém em Santa Clara que, dotado de clarividência e visão de futuro qb, pense em fazer obra para mais de dez anos? Já não aprenderam com a circularinha, a estaçãozinha de comboios de Liliputarães, com o quase-tunel da Rodovia ou com o Centro Concelhio de Carcinoma Pulmonar que é a Estaçao de Camionetas a Céu Coberto? Leram aquela parte do livro de História que falava do Espírito Pombalino, daquilo que o Marquês terá dito quando rasgou a Avenida da Liberdade em Lisboa? Fontes Pereira de Melo diz-vos algo? Aparentemente, a resposta é negativa. Pelos vistos, o estigma da pequenez provinciana e despesista é rei e senhor: fazemos obra minúscula, daqui a cinco anos queixamo-nos que já não serve, daqui a dez voltamos a estoirar balúrdios para servir por mais cinco. E nós pronto, dançamos o vira, vamos às compras, é Natal e queixamo-nos ai! coitadinhas das árvores.

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