Há leituras que não se perdem. Direi mesmo: há leituras imperdíveis. Eu, por exemplo, não perco os jornais de Guimarães. Aprende-se muito com eles, até na publicidade mais anódina, que tem, não raras vezes, muito sumo à espera de ser espremido. Hoje, ao folhear a gazeta da rua de Gil Vicente, houve algo que me bateu forte, preenchendo o meu coração de alegria e contentamento. Uma nova coluna, encimada pela mão que acaricia o rato, com um título galvanizante e inspirador: Blogosfera em Guimarães. É o futuro a bater à porta, um pequeno passo para um jornal, um salto de gigante para a humanidade. Desci pela coluna abaixo. Ao chegar ao rodapé, encontrei uma prevenção: “Não serão publicados excertos de blogues não identificados, ou com pseudónimos”. Deu-se-me um nó na moleirinha. Então, ele agora há blogues não identificados? Blogues com pseudónimos? Os blogues têm nome de baptismo e inscrição no registo civil? Se não têm, deveriam ter, pensei com os meus botões; se os há anónimos ou com pseudónimos, então que sejam castigados exemplarmente, responderam, a uma só voz, os meus botões. Homessa!, quem se julgam esses tais blogues para ousarem usar pseudónimos? Um blogue com pseudónimo não é mais do que um pseudoblogue. Bem feita! Têm o castigo que merecem: pseudónimos, não entram naquele jornal, tão preclaro, transparente e imaculado nos seus princípios, que jamais se transformará num pseudojornal, como o atestam nomes como Pedro de Vimaranes, Carlos d’Além, João de Ponte, o sigiloso Polo X, o famigerado Artur Monteiro, o bom do Miguel de Montepuez, o nosso muito amado futuro líder e guia espiritual Olívio Chamado e tantos outros dos que têm passado por aquelas páginas.
Psst!, ò faxavor, alguém me indica onde fica o registo civil dos blogues?
É por essas e por outras, tipo as bárbaras atoardas da Ana epónima, que esse pasquim mais valia fechar a porta de vez.
ResponderExcluirEia! Tanto ódio ao PG... Há muito boa gente que o queria fechado, nao é?
ResponderExcluirMas ele sobrevive. Nuns ciclos melhor, noutros pior. Mas ainda assim um jornal com história que, a espaços, é a referencia do bom jornalismo em Guimarães.
Pela nossa parte, nenhum ódio, porque não somos capazes de sentimentos tão extremos em relação a tão pequena coisa. Só alguma estranheza em relação a tantos pruridos por parte de quem acolhe um tal Olívio Chamado, chamado para dar recados encomendados...
ResponderExcluirO samuel lá negoceia umas notícias, de vez em quando, junto de uma amigo ou outro, e portanto vale a pena. A esp aços.
ResponderExcluirNão me referia à administração do estaminé.
ResponderExcluirE quanto à questão dos pseudonimos têm razao na critica.
Insurgi-me foi contra quem pediu o fim do PG. É um titulo histórico de Guimaraes, queira-se ou não.
O amigo anónimo é que andou a destilar ódio contra mim durante a tarde nos blogues da terra. Tenha lá calma!
Negociar com o PG? Saí de lá magoado com a actual direcção da cooperativa. Durante 6 anos dei tudo por aquele jornal e pouco recebi em troca. A minha capacidade de negociação tem sido esta: o desiquiibio é sempre para o meu lado.
"é a referencia do bom jornalismo em Guimarães"? Ò Samuel, clubismos à parte, tem no seu discurso duas impossibilidades: a) o PG ser referência; b) ser referência do bom jornalismo, isto porque o PG não é referência para nada de bom há já muito tempo e, claro, do bom jornalismo raras foram as vezes em que o pôs em prática referencialmente. Digo que devia acabar, sim, porque o seu prazo de validade já passou há muito tempo. Lê-lo, fora de um prisma de anedotário, chega a ser mais confrangedor que ver um velho jogador da bola a arrastar-se pelo relvado: é um projecto jornalístico completamente falido. Há sempre que saber sair e saber parar, há sempre que saber aprender e evoluir. Coisa que ali escasseia, ao contrário de muito mau gostinho, jornalismo, opinião, etc.
ResponderExcluirEu escrevi "a espaços".
ResponderExcluirNinguém duvida que o foi quando por lá passaram Natália Faria, Dalila Monteiro ou Victor Ferreira, jornalistas de nível nacional que fizeram daquele jornal a sua escola.
“Não serão publicados excertos de blogues não identificados, ou com pseudónimos”
ResponderExcluirEntão, deixem-me que vos diga que me parece um projecto "morto à nascença"...
Acho completamente genial que alguém ainda tenha pachorra para ler os jornais locais de Guimarães...
ResponderExcluirMeus amigos: o PG não deixa de ter, como se diz cá na terra?, "a mística" (o que quer que isso seja), e não se lhe pode apagar o passado "glorioso" feito por escribas empenhados (e comprometidos - com empresas, associações, grupos) e por jornalistas biscateiros e mal pagos (sim, numa cooperativa tão à esquerda e cheia de bons princípios!). O que se vê, há tempos, é um pasquim mal feito, mal amanhado, que serve para uns fretezinhos ao "espírito republicano" e ao "bom pensamento", sem análise, sem reportagem, sem garra...
ResponderExcluirO que querem? Milagres?