Como de costume, mesmo andando vagamente expatriado, vim a Guimarães matar saudades. Vim ao Pinheiro. Comi rojões, entornei uma infusa daquele que borra a malga e ainda tive barriga para umas castanhas e um naco de toucinho (do Céu, que é sinónimo de Guimarães). Depois, subi a encosta a toque de caixa, malhando na zabumba com quantas forças tinha. Reparei que, este ano, a polícia também decidiu participar na festa. Pareceu-me bem. A polícia sempre ao lado do povo. Depois esperei uma eternidade para que o cortejo arrancasse. Acabei por perceber que, afinal, tinha chegado de véspera, porque o pinheiro dos tempos modernos é no dia 30. Quando aquilo, finalmente, arrancou, lá fui eu, escoltar o mastro, ao som dos tambores e do ranger dos carros de bois. Fui escoltando, fui escoltando, até que me fartei de escoltar. Já passava das três da matina e ainda íamos a descer os Palheiros. Concluí, pelo dorido nos joanetes, que já bastava de tanto escoltar e vim-me embora. Ao atravessar as gloriosas praças do nosso Centro Histórico, ia pensando que teria sido mais previdente se tivesse trazido esquis, para atravessar sem risco aquelas pistas de vomitado peganhento e malcheiroso. E foi então que tive uma iluminação. À camisa branca, ao lenço tabaqueiro, ao gorro e às baquetas, deveria ser acrescentado um novo adereço nicolino, de uso obrigatório: um saco de plástico para recolher o vomitório. Com jeito, ainda haveria quem se lembrasse de fazer arte com o produto assim recolhido e com ela financiar o Museu das Nicolinas.
PS: O Pinheiro deste ano foi uma verdadeira catástrofe, um desastre, um cataclismo com dimensão universal, a crer na notícia que diz que “no Hospital de Guimarães, deram entrada 26 pessoas em coma alcoólico”. 26? Em coma? A sério? É hoje que abrimos os noticiários!
Realmente 26 pessoas em coma alcoólico é um número demasiado elevado. As pessoas devem ter mais moderação.
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