terça-feira, 27 de novembro de 2007

Psiquismo e Bullying: Um Caso de Estudo

A propósito dos interessantes opúsculos sobre o Cavalo de Ferro escritos por Samuel Silva na sua Colina Sagrada, é caso para concluir, despretensiosamente, o seguinte: por via de regra, progresso significa avanço; a nível comunicacional, em grande parte dos casos, avanço significa rapidez. Em 1994, a viagem Guimarães-Porto, de 52 km, demorava 1h45. Em 2003, com a reabertura da linha, a mesmíssima viagem passou a demorar 1h11. Um progressinho, portanto, considerando a) uma linha nova, b) comboios novos e c) praticamente a mesma velocidade dos comboios velhos na linha velha. Em 2007, a ainda mesma viagem demora 1h21. Passaram-se quatro anos e o tempo de viagem, ao contrário de todos os sítios na Europa dita civilizada, adeias subsaharianas, Togo, América do Sul e Ásia Central Subdesenvolvida, aumentou. Leram bem: a-u-m-e-n-t-o-u. Sim, século XXI, revolução tecnológica, etc e tal e o raio da viagem consegiu a nóvel proeza de demorar ainda mais tempo, parando em lugares insignificantes (desculpem, pereirinhenses) e, por isso, andando meridianamente mais devagar. Clap, clap, clap. Ou seja, se o progresso significa avanço nem sempre o avanço temporal significa progresso. Isto porque o agrupamento de encandescidos que faz os horários das linhas e decide onde páram os comboios não foi aclarado o suficiente para perceber, na sua ignorância repugnante, que centenas de pessoas que diariamente fazem Porto-Guimarães (e vice versa) de carro, escolheriam o comboio, o cavalo de ferro, o tchutchu se os estultos do monopólio da CP, tivessem tido o cariz visionário, merecedor de progressão (avanço) na carreira de criarem dois comboios diários, rápidos em cada sentido, às horas de ponta. Já viram: não digo que todos fossem rápidos, mas apenas dois (vezes dois vezes dois, em trinta) - eis o meu respeito pelos apeadeiros. Mas não, tudo bem, quem pode nada diz ou faz, a gente continua a ir de carro, já se pensa em fazer um raio de um metro, os estultos a progredirem na carreira e a estaçãozinha, solitária, sobranceira ao alto da Avenida, a dançar o vira, à espera que em Dois Zero Doze a viagem atinja as duas horas. Sinal de progresso, na óptica deles.

Um comentário:

  1. Espreitem este blog (é mais um)
    http://livrariavirtualguimaraes.blogspot.com

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