sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O Mercado Livre em Guimarães: A Feira do Pão

Noutro dia, por exemplo ontem, nos meus périplos pelo velho burgo de Guimarães deparei-me com duas coisas:

1º - Comigo mesmo. E isto como devem compreender foi algo de transcendente que será objecto de um extenso artigo no dia 1 de Novembro.

2º - Com a prova de que o mercado livre funciona. É neste ponto que me vou deter (esta palavra – deter – é curiosa, visto que tanto pode servir para o efeito atrás utilizado como para classificar a futura situação de alguns administradores bancários responsáveis por esta crise).

Falemos do essencial. Em Guimarães, em plena “crise”, verifica-se um fenómeno quase único à escala global: o mercado livre funciona. E funciona na Feira do Pão. O leitor mais incauto poderá pensar que estou a falar da indústria panificadora mas engana-se. Estou a falar do comércio de droga, essa nobre actividade.

Qualquer um de nós poderá verificar este exemplo do funcionamento do mercado livre, sem qualquer tipo de intervenção estatal ou camarária, se passar pelo belo largo da Feira do Pão (Largo Condessa do Juncal). E não é a esta tardia hora em que vos escrevo que se verifica a liberdade do mercado, é a qualquer hora da manhã ou da tarde (afinal estamos a falar de comerciantes honestos, que nada têm a esconder).

É fantástico a assistir a esta dinâmica de mercado em pleno centro histórico! Os clientes, alheios à crise e a quase tudo, reúnem-se nos bancos de jardim aproveitando a sombra e a calma do local. Empreendedores, não deixam que a preguiça os vença e, dinâmicos, ajudam os automobilistas a encontrar um bom lugar de estacionamento a troco de uma pequena maquia. Entretanto, provando que o mercado funciona sem intervenção estatal, camarária ou policial, aparecem os mercadores de droga que prontamente satisfazem os seus clientes. Este processo ainda que livre é complexo e os clientes, imbuídos de um espírito sindical, nomeiam um representante que, voluntarioso, entra num dos carros dos comerciantes transportando o dinheiro de todos os seus colegas. Após um breve passeio (com ou sem direito a comissão), regressa com o produto recém adquirido, distribuindo-o pelos seus colegas.

Depois disto só me resta olhar para esses cépticos do mercado livre e dizer como um emigrante de Oleiros me disse aqui há uns anos quando foi à Suiça lavar dinheiro: Laissez Fairy.

Um comentário:

  1. Oh Teixeira dos Santos, vê-me lá isto, pá, que assim não pode ser. Estes senhores não podem fugir aos impostos. IVA neles pagamentos por conta, sff.

    ResponderExcluir

Avisam-se todos os nossos clientes que a tabuleta onde se lê RESERVADO O DIREITO DE ADMISSÃO tem uma função meramente decorativa. Neste café pratica-se a liberdade de expressão, absoluta até certo ponto. Qual ponto? É o que falta saber.