
As nuvens encobrem a lua cheia. Escuridão. Para além do sussurro das ramagens, bulidas pelo vento, silêncio e nada. Atravesso a noite negra com os sentidos despertos pela insónia, pressentindo o cheiro fresco da terra húmida do cemitério. Ao longe, percebo sombras esparsas que se movem, numa dança macabra cadenciada pelo sopro da aragem. Subitamente, um arrepio agudo e frio percorre-me a espinha. Do além-túmulo, há um grito que se solta e rompe o silêncio e o nada, sinistro, cavernoso e ameaçador:
Quem foi o filho da puta que apagou a luz?
Filho da puta é um elogio
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