Guimarães associou-se à Hora do Planeta, apagando a luz. Era para ser um apagão, mas eu não vi nada. Pois não, direis vós, como é que podias ver, se estava tudo às escuras? Perguntais bem, mas foi ao contrário: eu não vi nada porque estava tudo* bem iluminado. Anunciou-se um apagão, saiu um apaguinho.
* Concedo: tudo, tudo, não foi bem assim. Afinal, sempre se apagou a menina dos olhos do nosso alcaide, aquela luminária ondulante e kitsch – que é o mesmo que dizer pires, mas em estrangeiro – que bordeja os panos de muralha da rua Alberto Sampaio e da curva entre o Toural e a Alameda. Faria um grande bem ao planeta apagá-la de vez, o que, além de ser um gesto de manifesto bom gosto, muito contribuiria para delimitar os “efeitos nefastos de alguns exageros que todos cometemos”, como humildemente reconhece o nosso autarca-mor.
completamente de acordo sobretudo no que diz respeito à luminária ondulante.
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