terça-feira, 24 de junho de 2008

24 de Junho de 1128

Todos os anos, por esta altura, sinto algo que vai para além do cheiro a sardinha assada, algo que vai para além das dúvidas que pairam sobre a naturalidade de D. Afonso Henriques, algo que vai para além de ideias estapafúrdias de quem governa e da oposição (por exemplo construir um parque de estacionamento no Toural ou fazer a “Casa da Memória” no Castelo). Mas afinal o que sinto eu, pobre provinciano de Oleiros, pobre urso da ilha do mesmo nome?

Agora fora de brincadeiras:

Nesta data sinto por um lado um imenso orgulho, por outro, uma profunda tristeza.

Comecemos pela tristeza que, apesar de ser um sentimento menos concreto, neste caso é mais fácil de explicar. A minha tristeza prende-se em primeiro lugar com o facto de há 880 anos termos feito algo que é inigualável e de sermos uma cidade condenada a nunca poder repetir tal feito, pois nada do que se possa alguma vez conceber igualará a “Primeira Tarde Portuguesa”. Em segundo lugar entristece-me ver esta data ser muitas vezes ignorada pelos mais jovens (que a confundem com um santo qualquer) e, muito pior do que isso, entristece-me ver esta data utilizada como arma de arremesso político (pelos mais diversos motivos) numa cidade em que todos temos culpa de esta data não ser celebrada e recordada como devia ser…

Passemos agora ao orgulho, esse sentimento que parece começar a desaparecer do imaginário português ou, pior do que isso, a ser desvirtuado por razões que de momento não interessa referir. Falemos agora do enorme orgulho que é sabermos que, há muito tempo atrás, nesta nossa Guimarães, se fez Portugal. Sim, meus caros compatriotas vimaranenses, fomos nós que construímos este país! Orgulhemo-nos disso como o nosso maior feito! Orgulhemo-nos de termos feito algo que sendo nosso logo se transformou em Portugal inteiro!

Chegou a hora de fazermos deste “nosso” acontecimento aquilo que ele verdadeiramente é: O acontecimento nacional!

Um comentário:

  1. Para quando, um movimento vimaranense, que de uma vez por todas, tome as diligencias necessárias para que esta data seja elevada ao estatuto que merece, feriado Nacional, 1º dia de Portugal?

    ResponderExcluir

Avisam-se todos os nossos clientes que a tabuleta onde se lê RESERVADO O DIREITO DE ADMISSÃO tem uma função meramente decorativa. Neste café pratica-se a liberdade de expressão, absoluta até certo ponto. Qual ponto? É o que falta saber.