quinta-feira, 3 de julho de 2008

Desportivismo e Chávenas Voadoras

Sempre me pareceu que, quando se lhes tocava na corda do bairrismo, os nossos idolatrados vizinhos, os que deixam sempre a porta aberta, revelavam escasso sentido de humor e nenhum fair-play. Afinal, enganei-me pela metade, quanto à idiossincrasia dos bragueses: fair-play não têm, mas têm alguma queda para um humor vagamente british, a resvalar para o nonsense.

Também têm falta de chá. As chávenas é que pagam.

17 comentários:

  1. só foi pena não terem rachado umas cabeças...

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  2. Um gajo que se assina "anti-vimaranense" nem merece resposta!

    Quando passares da Morreira para cá tem cuidado, pá!!! Pode ser que vejas a voar em tua direcção uma "Cantarinha dos Namorados"...Ao menos nós usamos artigos de terra! Vocês como não tem artesanato, usam chavenas de café...

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  3. Pois fique a saber que em Gmr também houve escaramuças. A um amigo meu, que participou nas filmagens em Gmr, contou-me que uns gunas mal-comportados roubaram às pessoas vários cachecóis do SCB entre ameaças de violência física.

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  4. Vai perdoar-me, mas parece-me que roubar uns quantos cachecóis a adeptos do Arsenal dos Pequenitos (expressão que eu próprio acabo de roubar ao Aldo Nim), não tem qualquer originalidade. Está sempre a acontecer. Já a invenção dessa nova modalidade desportiva, o arremesso de chávenas, revela uma inesperada, por vir de onde vem, criatividade.

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  5. Está perdoado.
    A questão aqui não era a da criatividade, mas a do desportivismo e fair-play. Não me vai querer vender a ideia com certeza que os adeptos do VG são o paradigma do bom comportamento.
    Pode (tentar) vender qq outra, mas essa não.
    Quanto ao resto, há-de convir que até no arremesso de objectos os adeptos do Braga são uns meninos de coro quando comparados com as esperas nas passagens superiores da cidade que os adeptos vimaranenses fazem aos autocarros dos adeptos dos principais clubes rivais...
    Cumprimentos bracarenses,
    GS

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  6. Tendo a dar-lhe razão quando sugere que os grunhos do Braga são uns meninos de coro quando comparados com os grunhos do Vitória (por alguma razão essa é a cidade dos arcebispos).

    Porém, a questão aqui era mesmo a da criatividade braguesa na falta de desportivismo e fair-play.

    Saudações fraternais de aquém fronteira, que é como quem diz, de aquém Morreira.

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  7. esta notícia, tal como a do VG SEMPRE é parcial. Em guimarães também houve problemas com roubos de cachecóis, cuspidelas e insultos!!! haja decência e verdade.

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  8. Claro que é parcial. Alguém esperava que o não fosse? E o seu comentário, é imparcial? Mas, com o perdão do magnífico auditório por me estar a repetir, aqui não está em discussão a imparcialidade, ou a falta dela, mas sim a originalidade, ou a falta dela. Não vejo onde esteja a originalidade nos roubos de cachecóis, cuspidelas e insultos de que fala. São o pão nosso de cada dia nas contendas clubísticas. Já o arremesso de chávenas...

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  9. Caro,
    Se é sobre a originalidade, vejo nesse apontamento um elogio velado à nossa capacidade de inovar, reflexo afinal do nosso ambiente cosmopolita e efervescente, condimentos tão escassos aí na pequena aldeia onde nasceu o Afonsinho, jovem desmiolado a quem lhe valeu a orientação dos bispos e senhores de Braga para ser reconhecido rei pelo Papa.
    Mas enfim, já tergiverso.
    Os grunhos de GMR serem mais neandartais que os de Braga prende-se precisamente com o isolamento dessas gentes, que raramente saem das suas grutas e que, por isso, tendem a pensar que não há mais mundo que o Toural ou o estádio do Bitóóóóória...
    Cumprimentos,
    GS

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  10. É capaz de ter razão.

    De facto, deve ter sido pela falta de capacidade de inovar, cosmopolitismo e efervescência, que a UNESCO atribuiu a esta pequena aldeia onde nasceu o Afonsinho a condição de Património Mundial.

    E deve ser pelas mesmíssimas razões que a mesmíssima aldeia será Capital Europeia da Cultura em 2012.

    Assim como deve ter sido pela muita capacidade de inovar, cosmopolitismo e efervescência que essa imensa metrópole que se estende para lá da Morreira deu com os burros (melhor dizendo, com os mesquitas) na água com a sua candidatura a CEC2012...

    Haja saúde e haja frigideiras!

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  11. Só me dá razão:
    Os vossos orgulhos são as pedras da calçada.
    Isso também nós temos e também mt bonitas. Não preciso, estou certo, de lhe recordar, por exemplo, o legado romano, único em Portugal.
    É, aliás, bem 'tuga' o facto de só com o reconhecimento dos forasteiros ficarmos orgulhosos com o que cá temos.
    Não preciso que a UNESCO me diga o que é ou não património importante e/ou belo para o considerar. Não concorda?
    Mais importante para o futuro da região do que GMR ser capital da cultura 2012, juntamente com uma cidade eslovena, julgo, é a instalação em Braga do Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia.
    Este equipamento não vai durar apenas seis meses...
    Além de que quando quisermos assistir a algum espectáculo interessante em 15 minutos estamos aí...
    Ou acha que o sucesso dessa empreitada dependerá apenas do público vimaranense?
    Seria de facto arrepiante ver os grunhos todos equipada nos concertos e espectáculos a gritar "Bitóóóória allez, Bitóóória allez...", arrepiante...

    GS

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  12. Desta vez, tenho que lhe dizer: está completamente enganado. Que o património de Guimarães é importante e belo por aqui sempre o soubemos e sempre o respeitámos. O reconhecimento internacional só veio demonstrar ao mundo aquilo que para nós era óbvio.

    Já lhe dou razão quanto à importância do legado romano da Bracara Augusta. Apenas lamento, sinceramente, que os bragueses o não tenham sabido respeitar e se tenham encarregado de o desbaratar com tanta capacidade de inovar, progresso e cosmopolitismo. Nem todos os bragueses, é certo. Recordo-lhe só que, apesar dos protestos veementes de alguns seus conterrâneos mais lúcidos, foi com uma grande manifestação de regozijo público, entre bandas de música e foguetório que, em 1905, se saudou a chegada do progresso a Braga. E que progresso era essa? Nada mais, nada menos do que a destruição da muralha da Bracara Augusta. Foi lindo, não foi? E, ironia das ironias, quem ficou a ganhar com o feito das hordas de vândalos braguesas foi... Guimarães. Um dos que então mais se insurgiram contra a destruição desse património único, Albano Belino, não teve meias medidas: entregou a um museu de Guimarães a colecção de materiais arqueológicos que reuniu ao longo de muitos anos com a finalidade de aí criar um museu arqueológico. E eis porque o monumento mais antigo que fala dos bracaraugustanos, a epígrafe de Semelhe, é hoje património vimaranense... Ora aí está uma história com muita moralidade, da qual se podem orgulhar.

    Quanto ao INL, embora sabendo que foi para Braga por engano do nosso primeiro Sócrates (uma história que algum dia alguém contará), que lhes faça bom proveito!

    Também tem razão quando sugere que a CE2012 não viverá só do público vimaranense. Dependerá do público de Guimarães e da sua região, Braga incluída, claro.

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  13. Carregado de razão está, infelizmente, quando alude ao desbaratar de parte do legado romano em Braga.
    Infelizmente e com muita pena o constato.
    Mas isso já são outros quinhentos.
    Já em relação à destruição da muralha e do castelo de Braga em 1905, não sendo historiador, apesar de gostar muito de História, e não tendo conhecimentos suficientes sobre a questão, em teoria também sou tentado a criticar tais opções.
    Já agora, porque não dissertar sobre os "erros" de D. Diogo de Sousa na abertura da cidade além muralhas?

    Meu caro,
    Quando falava no cosmopolitismo e efervescência de Braga estava a ser de algum modo irónico. É evidente que de cosmopolita Braga tem pouco, efervescência alguma, com potencial para bastante mais.
    Guimarães, sendo mais pequena, tem destas duas, doses ainda menores.
    Para mim, hoje em dia, pensar em Braga é pensar no famoso quadrilátero BRG-GMR-Barcelos-Famalicão, onde vivem quase 600 mil pessoas. Esse é o futuro e daí sim, pode sair efervescência e massa crítica.

    Em relação à epígrafe de Semelhe ser "património vimaranense", é bastante discutível que pelo facto de o albergar passe a ser seu.
    Olhe que os gregos não acham a mesma coisa em relação às obras de arte da Grécia antiga espalhadas pelo mundo, nomeadamente pelos museus ingleses. São património inglês?
    GS

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  14. Ironia por ironia, vamos estando de acordo.Asneira por asneira,também se têm feito umas quantas por cá.

    Quanto ao quadrilátero, vem a propósito lembrar que foi por Braga (ou antes, um tal Mesquita em quem já deve ter ouvido falar) ter mais olhos do que barriga, querendo a CEC2012 só para si, que não avançou uma candidatura conjunta das quatro cidades. No lavar dos cestos, veio cair a Guimarães.

    A epígrafe de Semelhe é mesmo património vimaranense. Não foi roubada. Foi comprada, com dinheiro seu, por Albano Belino à Junta de Paróquia que a possuía, e depois doada à Sociedade Martins Sarmento, em respeito das últimas vontades do arqueólogo, que não tinha boas razões para confiar nas intenções dos de Braga quanto ao seu património. Não existe, nunca existiu, nenhuma dúvida quanto à legitimidade da sua propriedade. Provavelmente, tivesse ficado em Braga, e já há muito o altar de Semelhe teria sido feito em cacos, para soleiras de porta.

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  15. Provavelmente... ou não, que isto das probabilidades tem muito que se lhe diga...
    Algumas obras de arte gregas também foram compradas. São agora pertença dos museus ingleses. Nessa perspectiva, são seu património, de facto.
    Cumprimentos,
    GS

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  16. Ai Honoré, com saídas destas tens mesmo direito aos meus favores... Antes tu que o tratante do Aldo Nim!

    Já de Braga, a lá fui buscar inspiração para o meu ofício, à velha Baca Augusta.

    Já sabes, Honoré, da próxima vez que vieres ao Mendes as despesas são por conta da casa!

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