sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Com Pseudónimos? Cruzes!

Há leituras que não se perdem. Direi mesmo: há leituras imperdíveis. Eu, por exemplo, não perco os jornais de Guimarães. Aprende-se muito com eles, até na publicidade mais anódina, que tem, não raras vezes, muito sumo à espera de ser espremido. Hoje, ao folhear a gazeta da rua de Gil Vicente, houve algo que me bateu forte, preenchendo o meu coração de alegria e contentamento. Uma nova coluna, encimada pela mão que acaricia o rato, com um título galvanizante e inspirador: Blogosfera em Guimarães. É o futuro a bater à porta, um pequeno passo para um jornal, um salto de gigante para a humanidade. Desci pela coluna abaixo. Ao chegar ao rodapé, encontrei uma prevenção: “Não serão publicados excertos de blogues não identificados, ou com pseudónimos”. Deu-se-me um nó na moleirinha. Então, ele agora há blogues não identificados? Blogues com pseudónimos? Os blogues têm nome de baptismo e inscrição no registo civil? Se não têm, deveriam ter, pensei com os meus botões; se os há anónimos ou com pseudónimos, então que sejam castigados exemplarmente, responderam, a uma só voz, os meus botões. Homessa!, quem se julgam esses tais blogues para ousarem usar pseudónimos? Um blogue com pseudónimo não é mais do que um pseudoblogue. Bem feita! Têm o castigo que merecem: pseudónimos, não entram naquele jornal, tão preclaro, transparente e imaculado nos seus princípios, que jamais se transformará num pseudojornal, como o atestam nomes como Pedro de Vimaranes, Carlos d’Além, João de Ponte, o sigiloso Polo X, o famigerado Artur Monteiro, o bom do Miguel de Montepuez, o nosso muito amado futuro líder e guia espiritual Olívio Chamado e tantos outros dos que têm passado por aquelas páginas.

Psst!, ò faxavor, alguém me indica onde fica o registo civil dos blogues?

10 comentários:

  1. É por essas e por outras, tipo as bárbaras atoardas da Ana epónima, que esse pasquim mais valia fechar a porta de vez.

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  2. Eia! Tanto ódio ao PG... Há muito boa gente que o queria fechado, nao é?
    Mas ele sobrevive. Nuns ciclos melhor, noutros pior. Mas ainda assim um jornal com história que, a espaços, é a referencia do bom jornalismo em Guimarães.

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  3. Pela nossa parte, nenhum ódio, porque não somos capazes de sentimentos tão extremos em relação a tão pequena coisa. Só alguma estranheza em relação a tantos pruridos por parte de quem acolhe um tal Olívio Chamado, chamado para dar recados encomendados...

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  4. O samuel lá negoceia umas notícias, de vez em quando, junto de uma amigo ou outro, e portanto vale a pena. A esp aços.

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  5. Não me referia à administração do estaminé.

    E quanto à questão dos pseudonimos têm razao na critica.

    Insurgi-me foi contra quem pediu o fim do PG. É um titulo histórico de Guimaraes, queira-se ou não.

    O amigo anónimo é que andou a destilar ódio contra mim durante a tarde nos blogues da terra. Tenha lá calma!

    Negociar com o PG? Saí de lá magoado com a actual direcção da cooperativa. Durante 6 anos dei tudo por aquele jornal e pouco recebi em troca. A minha capacidade de negociação tem sido esta: o desiquiibio é sempre para o meu lado.

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  6. "é a referencia do bom jornalismo em Guimarães"? Ò Samuel, clubismos à parte, tem no seu discurso duas impossibilidades: a) o PG ser referência; b) ser referência do bom jornalismo, isto porque o PG não é referência para nada de bom há já muito tempo e, claro, do bom jornalismo raras foram as vezes em que o pôs em prática referencialmente. Digo que devia acabar, sim, porque o seu prazo de validade já passou há muito tempo. Lê-lo, fora de um prisma de anedotário, chega a ser mais confrangedor que ver um velho jogador da bola a arrastar-se pelo relvado: é um projecto jornalístico completamente falido. Há sempre que saber sair e saber parar, há sempre que saber aprender e evoluir. Coisa que ali escasseia, ao contrário de muito mau gostinho, jornalismo, opinião, etc.

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  7. Eu escrevi "a espaços".

    Ninguém duvida que o foi quando por lá passaram Natália Faria, Dalila Monteiro ou Victor Ferreira, jornalistas de nível nacional que fizeram daquele jornal a sua escola.

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  8. “Não serão publicados excertos de blogues não identificados, ou com pseudónimos”

    Então, deixem-me que vos diga que me parece um projecto "morto à nascença"...

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  9. Acho completamente genial que alguém ainda tenha pachorra para ler os jornais locais de Guimarães...

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  10. Meus amigos: o PG não deixa de ter, como se diz cá na terra?, "a mística" (o que quer que isso seja), e não se lhe pode apagar o passado "glorioso" feito por escribas empenhados (e comprometidos - com empresas, associações, grupos) e por jornalistas biscateiros e mal pagos (sim, numa cooperativa tão à esquerda e cheia de bons princípios!). O que se vê, há tempos, é um pasquim mal feito, mal amanhado, que serve para uns fretezinhos ao "espírito republicano" e ao "bom pensamento", sem análise, sem reportagem, sem garra...
    O que querem? Milagres?

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