Lord Byron, escritor inglês que passou por Portugal, descreveu os portugueses como uma subespécie que só tinha serventia para a escravatura (ele lá teria as suas razões para assim descrever, que o meu tio Benevides, um insaciável romântico, que também descrevia, costumava classificar como manifestações de dor de corno). J. P. Oliveira Martins, escritor português que passou por Inglaterra, descreveu os ingleses como a última reminiscência do homem das cavernas. Eu, que sempre fui um indeciso, nunca soube a quem dar razão, se a Byron, se a Martins, se aos dois, se a nenhum. Agora começo a dar razão a Martins, ao saber que na Inglaterra ainda há, mesmo, homens das cavernas – os do underground –, que, em defesa da moral e dos bons costumes, proibiram a afixação de anúncios de uma exposição com obras de Lucas Cranach, o Velho, onde se reproduz uma inofensiva pintura clássica com quase seis séculos.
PS: a imagem que vai aí acima é um contributo, a título gracioso, do Café Toural aos responsáveis da Royal Academy of Arts, que se lamentaram por não terem previsto “um plano B com a Vénus vestida”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Avisam-se todos os nossos clientes que a tabuleta onde se lê RESERVADO O DIREITO DE ADMISSÃO tem uma função meramente decorativa. Neste café pratica-se a liberdade de expressão, absoluta até certo ponto. Qual ponto? É o que falta saber.