As teorias valem o que valem e esta é só mais uma. Contudo, todas as teorias têm um fundamento. A minha teoria não é excepção.
Devo dizer, aos meus muitos e caros leitores, que estou profundamente convencido que há uma relação entre a Associação Comercial Vimaranense e algumas lojas de aparelhos auditivos. E passo a explicar o porquê desta minha insinuação:
Na véspera de Natal encontrava-me eu na Rua de Santo António a fazer as últimas compras. Todos os anos as faço, orgulhosamente fora de horas. Eram já 19h, a rua quase deserta, com suas lojas quase fechando. HoHoHo, HoHoHo. Subitamente passa por mim um bólide da Associação Comercial Vimaranense que, através de um péssimo sistema estereofonico debitava soundbites (já vi que pleonasmei) sobre o comércio tradicional. Assustado, eu – qual coelho de Páscoa prestes a pôr ovo – senti um zumbido a apoderar-se do meu tímpano esquerdo. Confuso, embati contra uma daquelas tochas de latão (permitam-me chamar-lhes assim) que se encontram espalhadas pela nossa bela (e não pedonal) Rua de Santo António. Após o embate a estearina quente, que contrastava com o frio que se fazia sentir, caiu sobre meus olhos azuis que, até aí, contrastavam com o vermelho das alcatifas que abraçavam os passeios. A dor foi insuportável. A confusão foi total. Cego e tonto, acabei por cair no tanque da Rua de Santo António. Como seria de esperar a hipotermia apoderou-se de mim e passei a consoada no hospital.
Para além dos problemas inerentes ao estado hipotérmico foi-me diagnosticada surdez. De imediato tive que me dirigir a uma loja para comprar um aparelho auditivo. E quando na loja, enquanto eu me tentava fazer entender, me escreveram num papelinho “sabemos porque está aqui”, eu vi logo que aqueles malandros tinham feito um acordo com a Associação Comercial Vimaranense. Exijo justiça!
Guimarães, antigo HSO – 28 do 12 de 2007
Devo dizer, aos meus muitos e caros leitores, que estou profundamente convencido que há uma relação entre a Associação Comercial Vimaranense e algumas lojas de aparelhos auditivos. E passo a explicar o porquê desta minha insinuação:
Na véspera de Natal encontrava-me eu na Rua de Santo António a fazer as últimas compras. Todos os anos as faço, orgulhosamente fora de horas. Eram já 19h, a rua quase deserta, com suas lojas quase fechando. HoHoHo, HoHoHo. Subitamente passa por mim um bólide da Associação Comercial Vimaranense que, através de um péssimo sistema estereofonico debitava soundbites (já vi que pleonasmei) sobre o comércio tradicional. Assustado, eu – qual coelho de Páscoa prestes a pôr ovo – senti um zumbido a apoderar-se do meu tímpano esquerdo. Confuso, embati contra uma daquelas tochas de latão (permitam-me chamar-lhes assim) que se encontram espalhadas pela nossa bela (e não pedonal) Rua de Santo António. Após o embate a estearina quente, que contrastava com o frio que se fazia sentir, caiu sobre meus olhos azuis que, até aí, contrastavam com o vermelho das alcatifas que abraçavam os passeios. A dor foi insuportável. A confusão foi total. Cego e tonto, acabei por cair no tanque da Rua de Santo António. Como seria de esperar a hipotermia apoderou-se de mim e passei a consoada no hospital.
Para além dos problemas inerentes ao estado hipotérmico foi-me diagnosticada surdez. De imediato tive que me dirigir a uma loja para comprar um aparelho auditivo. E quando na loja, enquanto eu me tentava fazer entender, me escreveram num papelinho “sabemos porque está aqui”, eu vi logo que aqueles malandros tinham feito um acordo com a Associação Comercial Vimaranense. Exijo justiça!
Guimarães, antigo HSO – 28 do 12 de 2007
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