sábado, 1 de março de 2008

Cadê O Ministro?

Ontem à noite, impingiram-me uns goles de pisang ambon, uma mistela esverdeada cujas excelências muito me gabaram. Eu bem dizia que, para mim, verde, só o vinho, desde que seja tinto, mas não tive outro remédio e emborquei um trago daquele xarope. Resultado: atacou-me a figadeira e passei a noite com insónias. As minhas vigílias costumam ser altamente criativas (à falta de que fazer, acabo por desistir de dormir, e ponho-me a pensar e a anotar os pensamentos no meu moleskine da loja dos chineses). Quando me levantei, transbordava de ideias luminosas, cintilantes e incandescentes (algumas delas chegam a ser, ouso dizê-lo, radiosas), para a Capital Europeia da Cultura que aí vem. Lancei-as de jacto, antes que esvaecessem, para papel de carta e introduzia-as num envelope de correio verde, que comecei a endereçar:

Exmo Senhor

Ministro da Cultura

Mui Ilustre Professor Doutor….

Em chegando a este ponto, deu-se-me um nó. Não sei como se chama o nosso Ministro da Cultura. Tinho ideia de que a senhora que lá estava tinha sido despedida a seu pedido, e recordo-me muito vagamente de que teria sido nomeado para o seu lugar um certo senhor, mas logo constatei que não sei qual seja o seu nome e que nem sequer faço ideia de como seja a sua vera efígie. Confesso que não sou capaz de dizer se é branco ou preto ou vermelho ou amarelo ou às riscas. Pedi a Mr. Google Images que me mostrasse o retrato de Sua Excelência O Ministro da Cultura. Saiu mulato.

Um comentário:

  1. Na minha pesquisa (José António de Melo Pinto Ribeiro), porque queria confirmar, apareceu-me a foto do antigo ministro, que até era uma senhora e, clicando na dita foto, eis que aparece a cara do novo ministro. Virtualidades.

    PS: Também é feio.

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