quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Paradoxo dos Votos Trocados

Vou por aí fora e vejo o nosso presidente de há vinte anos, com um sorriso de todos os dentes, a anunciar: “Voto Seguro”. E ponho-me a cogitar se o homem se terá baralhado nas eleições: votar no Seguro era nas outras, nas que já foram. Fico com a sensação de que aquilo poderá ser um sinal aproximação de fim de prazo de validade, a pedir mudança. Vou circulando e descobrindo, com mal contido espanto, que muitos senhores do partido do nosso presidente de há vinte anos já dizem para acreditar na mudança e que até fazem apelos ao voto na força da mudança. Não percebo, mas vou circulando. Pelas esquinas da cidade, vou vendo cartazes socialistas com uns rapazes que me intimam a confiar na mudança. Junto ao estádio, lá está de novo o nosso presidente de há vinte anos, que tantos socialistas querem mudar, a sorrir-me e a repetir “Voto Seguro”. E é nessa altura que me deparo, mesmo ali ao lado, com alguém que me interpela, num cartaz do PSD: “Mudar para quê?”.

Isto anda mesmo muito esquisito.

6 comentários:

  1. Quanto tempo esteve Salazar no poder ?

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  2. O Fernando pergunta bem. Quanto tempo esteve Salazar no poder ? E António Magalhães ?

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  3. Já que não sabem, eu respondo:

    Salazar esteve no poder durante 40 anos. Não me consta que tivesse sido eleito, nem que alguma vez tivesse concorrido a eleições.

    António Magalhães está no poder há 20 anos, porque os vimaranenses, mal ou bem, lhe têm dado mais votos do que a quaisquer outros ao longo destas duas décadas. É assim a democracia: os cidadãos escolhem quem os dirige. Muitas vezes, escolhem mal. Mas estão no seu direito.

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  4. Escusa de dizer em quem votará e de quem depende

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  5. Na melhor das interpretações, Salazar esteve 36 anos no poder.

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  6. Senhor FD: Diz bem: escuso dizer em quem votarei e não direi, pode estar certo, porque, nem sequer sei se votarei ou se irei à pesca. O que eu lhe garanto é que nunca votei em nenhum dos dois senhores aqui referidos. E garanto-lhe que também não vai ser desta.

    Senhor MS: Não sei como interpreta o que interpreta. A única interpretação que eu lhe posso dar é uma conta simples, se não me falha a aritmética básica: 1968-1928=40. Ou seja, desde que entrou para o poder, em 1928, como todo-poderoso Ministro das Finanças, até 1968, quando caiu da cadeira e lhe tiraram o tapete (e o poder), decorreram 40 anos. Quando, em 1932, passou a assumir formalmente a chefia do governo, já há muito o chefiava de facto.

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