Fugimos. Mas não foi por causa do carjacking. Nem da violência doméstica. Nem dos raptos de caixas de multibanco. Nem do Verão que não o quis ser. Nem sequer das Gualterianas ou da falência do Lehman Brothers. É certo: não tivemos outro remédio senão esconder-nos dos olhares inquisitoriais. Passamos a andar anónimos, incógnitos, encobertos. Já estávamos fartos. Cansados. Moídos. Enfadadados. Já não aguentávamos mais as mesmas perguntas irritantes e já nos falhava a inventiva para mais meias respostas. Arre! Não, não sabemos nada da Capital Europeia da Cultura! Ponto final. Agora, temos colocadas as nossas melhores esperanças no acelerador de partículas do CERN. Pois que acelere e que acelere muito, porque, acelerando a preceito, isto ainda acaba antes de 2012. E a avó do outro já vai dizendo, num entre dentes falheiro de dentes: antes o fim do Mundo do que a desonra ou a vergonha. Venha, pois, o big bang, porque o buraco negro já cá mora: é a CEC, que, ao que vemos, mas não ouvimos, já foi engolida por um silêncio tão espesso, tão imenso e tão silencioso que só pode ser augúrio de coisa ruim ou muito pior.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Para Acabar de Vez Com Todas as Perguntas
Deixado por Honoré de Balazar em 22:51
Assunto: Buraco negro
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