sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CEC 0,2012

Já atiraram algumas pedras às vidraças do Café Toural, por ainda mantermos afixado o dístico com o contador da parede da direita, ao alto, onde se diz que ainda nada que se visse aconteceu na Capital Europeia da Cultura de 2012, apesar dos sucessivos anúncios que proclamam que agora "é que vai ser". Ainda a 14 de Julho foi feita a apresentação pública da dita cuja. Na altura, foram apresentados, em modo minimalista, mas com pompa e circunstância, os órgãos da Fundação Cidade de Guimarães, estrutura criada para gerir a CEC. Afinal, na altura não havia Fundação nenhuma, já que só hoje, 28 de Agosto de 2009, foi publicado o decreto que a institui. Faltam dois anos e 4 meses para 2012. Continuamos, mais anúncio, menos anúncio, no tempo dos anúncios. No quilómetro zero. Zero de conhecimento, zero de informação, zero de partilha, zero de envolvimento dos cidadãos e alguma propaganda. É pouco, não é?

PS: Voltei a passar os olhos pelo site da CEC2012. Continua indigente e triste. Sobre a CEC propriamente dita, nada de novo. Apenas uma mudança curiosa: a fotografia da única malta que parece ter motivos para sorrir com este processo, até há dias omnipresente, desapareceu misteriosamente. E eu, que sou curioso, gostava de saber porquê.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Eles Riem-se de Quê?

A imagem acima foi colhida no site confidencial da CEC2012(*), onde aparece em todo o lado. Olhando com atenção, nota-se que falta lá algo. Falta Guimarães.

(*) O site, além de confidencial, é mal esgalhado. Sem nenhuma ideia luminosa, pouco criativo, nada estimulante, sem um lampejo de imaginação, redondo (vai-se sempre dar ao mesmo sítio, onde os links "ver mais" significam "ver exactamente o mesmo") e povoado de ligações para lado nenhum. E pobre, pobrezinho, de uma pobreza franciscana. Além de começarmos tarde, não começámos nada bem.(**)(***)
(**) A ligação para Maribor 2012 está lá para quê? Para nos provocar azia?
(***) O vídeo que mostra o "espectáculo multimédia" que serviu de anúncio para a CEC2012 demonstra como o evento poderia ter sido interessante se tivesse durado 43 segundos. Esticado para uma hora, foi uma seca de bom tamanho.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Bicho

Com a devida vénia e respeitosos salamaleques, passamos a citar, directamente de Viseu:

- Mãe, não quero ir para ali... tenho medo daquele bicho!
- Oh. filho não é um bicho! É o nosso primeiro Rei e nasceu cá em Viseu!

Fonte: aqui

Efeito Secundário

Ontem vi passar a Marcha Gualteriana.

Hoje estou deprimido. Muito deprimido.

Não sei explicar porquê, mas tenho a impressão de que uma coisa tem a ver com a outra.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Monstrengo, Partes I e II

O Afonso Henriques I do supermercado Modelo, perdão, de Viseu.

Por esta imagem se demonstra que o Afonso Henriques I de Viseu é uma caricatura em versão escarro do monumento da, para o Ruas das Pedradas, inominável Guimarães.

Assim como assim, de corridinho e de afogadilho, Viseu vai construindo a sua dimensão de pátria repentina e postiça de Afonso Henriques. Na precipitação da correria para recuperar em curtos meses o atraso de nove séculos, esmerando-se por chegar onde outros já chegaram há muito, vai encontrando no frenesim da imitação remédio para a febre provocada pela urgência. Em Guimarães fizeram um Congresso Histórico dedicado a Afonso Henriques? Viseu também vai ter um, e é já a seguir. Não há tempo para organizar o congresso como deve ser? Não há problema, decalca-se o programa do de Guimarães. Os vimaranenses erigiram um monumento a Afonso Henriques? Viseu não ficará atrás, também terá o seu monumento, e é para já, mas, como os tempos são outros, mais modernos, mais contemporâneos e, até mesmo, mais cosmopolitas, manda às malvas a subscrição pública e vai comprá-lo ao supermercado. Em lá chegando, procura onde fica a secção dos monumentos (é já ali, senhor, ao fundo daquele corredor, logo a seguir ao papel higiénico), e dá-se pressa, para chegar antes que esgotem, porque estão em promoção, com desconto de 50%. Ainda teve que se descabelar, arrepelar e esgadanhar com uma matrona pitosga que confundia os Afonsos Henriques com presuntos de Chaves, mas lá conseguiu apanhar um par deles. E eis agora Viseu, leva dois e paga um, toda satisfeitinha com os seus monumentos a Afonso Henriques.

O D. Afonso Henriques II de Viseu (em cima) e o seu modelo (em baixo)


[As fotografias dos monstros afonsinos de Viseu foram carinhosamente surripiadas daqui.]